Câmbio Automático: Como Funciona, Características, Prós e Contras

Na década de 1990, veículos com câmbio automático pareciam uma realidade distante, possível apenas a pilotos de corridas – e não de qualquer categoria.

Mas, com o avanço da tecnologia, o sistema foi se tornando mais simples e barato. Hoje, boa parte dos automóveis já sai de fábrica com esse tipo de transmissão.

Mas você sabe como ele funciona e suas vantagens?

Hoje vamos abordar o carro automático. Mostraremos peculiaridades de veículos com esse tipo de câmbio, seu funcionamento, suas vantagens em relação ao câmbio manual, os diferentes modelos e tecnologias.

Para completar, daremos dicas sobre o uso e mostraremos o que significa cada uma das posições. Afinal, você já deve saber que um automóvel com o dispositivo não precisa de pedal de embreagem.

Mas a ausência da peça é apenas um mero detalhe.

O que é câmbio automático e como ele funciona?

Câmbio Automático

Antes, uma curiosidade histórica: apesar de ser um exemplo de modernidade, a transmissão automática tem mais de um século.

Em 1921, o canadense Alfred Horner Munro inventou a transmissão automática.

Então, uma década depois, os engenheiros brasileiros Fernando Lehly Lemos e José Braz Araripe fizeram a primeira transmissão automática com fluido hidráulico.

Claro que isso tudo de uma maneira bem mais simplória do que a que conhecemos hoje.

Carros com câmbio automático são aqueles nos quais o motorista não precisa se preocupar com as mudanças de marcha.

Isso porque a transmissão, como o nome sugere, é feita de forma automática, sem qualquer necessidade de intervenção.

Além de eliminar a embreagem do carro, na prática esse sistema facilita a direção para o motorista.

Diferentemente do manual, o câmbio automático funciona sem as engrenagens separadas – aquelas acionadas quando você movimenta a alavanca.

Em vez disso, o sistema se utiliza de uma engrenagem planetária – o nome técnico é “engrenagens epicicloidais”, mas é melhor ficarmos no popular mesmo.

No câmbio automático, a ligação entre a caixa de transmissão e o motor acontece através de um componente chamado conversor de torque.

Ele funciona a partir da “ordem” de uma central eletrônica, que se baseia ao mesmo tempo na rotação do motor e na velocidade do veículo.

Tipos de câmbio automático

Basicamente, existem dois tipos de câmbio automático.

Tradicional (conversor de torque)

Trata-se do sistema mais comum, em que a engrenagem planetária tem seus discos acionados pelo conversor de torque.

Apesar de não precisar que as mudanças sejam feitas pelo motorista, as marchas ainda estão lá. Em geral, elas vão de seis a oito.

Câmbio CVT (Transmissão Continuamente Variável)

Em tradução livre, trata-se da sigla de Transmissão Continuamente Variável. Trata-se de um modelo de câmbio automático mais avançado.

Nesse sistema, as marchas como conhecemos inexistem. Afinal, como a transmissão é variável o tempo todo, pode-se dizer que as marchas simplesmente não têm limitação.

O câmbio automático do tipo CVT se forma a partir de duas polias. Uma delas se conecta às rodas, e a outra ao motor. Uma correia metálica une as duas.

E o câmbio automatizado?

Um carro com câmbio automatizado é um pouco diferente de um com câmbio automático, apesar de que em ambos não há a necessidade da troca de marchas.

No automatizado, as embreagens e marchas funcionam graças a um sistema eletro-hidráulico, que opera graças a sensores eletrônicos que acompanham as alterações de velocidade do carro.

Esse tipo de transmissão oferece ainda a opção de dupla embreagem. Uma serve para acionar as marchas pares, enquanto a outra aciona as ímpares.

Conforme se percebe a ação dos pedais, eles já deixam a próxima marcha pré-engatada.

Como usar o câmbio automático?

Como usar câmbio automático?

Agora que você já conhece as características do câmbio automático, vamos apresentar detalhes práticos para guiar um veículo equipado com ele.

Para tanto, é preciso entender o significado de cada uma das letras da alavanca e quando elas devem ser acionadas.

P

É a posição que deve ser selecionada no momento de estacionar o carro. “P” é a inicial de park, que significa justamente “estacionar” em inglês.

Quando você deixa nessa posição, as rodas de tração do veículo ficam bloqueadas.

É preciso, porém, ter muita atenção na hora de deixar o carro na posição P. Ou seja, a função só deve ser acionada quando o carro já estiver totalmente parado, sob risco de ficar travado.

Por isso, uma dica é colocar em P somente após acionar o freio de mão.

R

É a seleção da marcha a ré. Vem do inglês reverse. Um detalhe: você só pode ativar a marcha a ré com o veículo parado.

N

neutral se refere ao conhecido ponto-morto. Quando você deixa nessa posição, as rodas que dão tração ao carro não são bloqueadas.

Alguns motoristas têm o hábito de colocar o veículo em N nas descidas, para fazer a clássica “banguela” e, em tese, economizar combustível. Não se trata, porém, de uma boa ideia.

Isso porque a atitude irá demandar um esforço adicional dos freios, aumentando o desgaste.

Como se não bastasse, nos carros com injeção eletrônica, a economia de combustível é maior quando o motor funciona com a marcha engatada.

D

É a inicial de drive. É nessa posição que você deve deixar a alavanca para guiar o carro.

Para fazer o veículo andar, dê a partida, coloque a alavanca na posição D e, na sequência, baixe o freio de estacionamento.

L, ou 1, 2 e 3

A inicial L vem de low. Em alguns modelos de carro automático, a letra pode ser substituída por números de 1 a 3.

Nessa posição, o veículo ganha uma marcha mais potente – como a primeira, segunda ou terceira.

Ou seja, trata-se de uma boa escolha para os casos em que se vai subir uma ladeira ou rua mais íngreme.

Ao colocar a alavanca em L, você impede que em rotações mais elevadas o sistema troque de marcha no meio do morro.

Vantagens e desvantagens do câmbio automático

Carros com câmbio automático são cada vez mais comuns nas estradas brasileiras, e isso porque os modelos trazem uma série de vantagens em relação aos veículos com câmbio manual.

A seguir, listamos algumas delas – e também alguns pontos a se ponderar.

Conforto

Você dirige preocupado apenas com a estrada, acelerando e freando. Pode passar o tempo inteiro com as duas mãos ao volante.

Guiar o automóvel é uma tarefa feita de maneira mais suave quando ele tem câmbio automático.

Além disso, o sistema se torna um grande aliado quando você se vê em meio ao trânsito conturbado das grandes cidades.

Sabe aquela hora do rush, do para-e-acelera a todo o momento? Pois então, não é preciso ficar mudando de marcha a todo momento nessas horas.

Durabilidade

Por ser acionada a partir de uma central eletrônica e, portanto, operar sempre com a combinação adequada, o sistema automático tende a ter vida mais longa do que carros manuais.

E, certamente, isso se refere aos mais diversos componentes, como caixa de câmbio, eixos, diferencial, além do próprio motor.

Por esse mesmo motivo, então, a manutenção e/ou troca de peças não precisa ser feita com a mesma frequência que a vista em carros com transmissão manual.

Custos

Essa é a principal desvantagem. Carros com câmbio automático demandam maiores custos, e em diversas frentes.

A manutenção, quando necessária, é mais cara. O consumo de combustível também é mais elevado.

Além disso, o próprio preço do veículo, claro, é maior.

Problemas comuns do câmbio automático – e como evitá-los

Câmbio Automático

Citamos anteriormente que uma das vantagens do câmbio automático é sua alta durabilidade, não é mesmo?

Mas, para que isso de fato ocorra, é preciso que se tomem os cuidados adequados para mantê-lo funcionando e se faça manutenção preventiva.

Como mostraremos a seguir, não se trata de nada de outro mundo. Estamos falando de cuidados simples que um apaixonado por seu carro deve sempre ter.

Até porque, não prestar atenção aos avisos de seu câmbio automático pode custar caro – literalmente.

Afinal, se a transmissão automática quebrar, seu custo de manutenção será altíssimo, inferior apenas àquele do motor.

Dito isso, veja quais são os três principais pontos a se observar no câmbio automático.

Aumento da temperatura

O conversor de torque na transmissão automática é responsável pelo ajuste das engrenagens quando você acelera ou diminui a velocidade.

Isso naturalmente eleva a temperatura, que é controlada com diferentes artifícios da mecânica do veículo, como por exemplo o líquido de arrefecimento do radiador.

Por outro lado, se o carro aquecer demais, o sistema de transmissão também poderá aquecer.

E a consequência disso será um maior desgaste das peças e, eventualmente, até mesmo danificá-las.

Na “melhor” das hipóteses, você apenas terá um consumo adicional de combustível.

Para evitar isso, certifique-se que os sistemas de resfriamento do carro estejam funcionando corretamente. As luzes do painel podem indicar isso.

Desgaste do fluido de transmissão

O fluido de transmissão é componente essencial do câmbio automático.

Cada veículo equipado com ele tem características próprias, então o primeiro passo é ter em mãos o manual do veículo.

Nele, procure se certificar sobre o período certo para a troca do fluido. Em geral é a cada 30 mil quilômetros rodadas, mas alguns automóveis são capazes de rodar até 50 mil quilômetros antes de necessitarem a troca.

Um fluido de transmissão com a qualidade comprometida pode colapsar peças, ou pelo menos aumentar o desgaste.

Uma boa maneira de se certificar sobre o fluido é olhar para a cor dele. Se estiver muito escuro, é hora de mudar.

Falta de manutenção

Neste item, nenhuma novidade. Todo bom motorista é acostumado a fazer manutenção preventiva do seu carro.

Por isso, quando levá-lo para aquela revisão anual, certifique-se de analisar o câmbio automático.

Fonte: Review Auto

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