Alessandro Reis Do UOL
O câmbio automático já equipa cerca de 50% dos carros novos vendidos no Brasil.
Muitos nunca dirigiram antes um automóvel do tipo e é natural ter dúvidas sobre sua operação e manutenção. Uma das mais comuns é relativa a veículos automáticos com bateria arriada: na emergência, dá para fazer o motor “pegar no tranco”, como em carros manuais, sem detonar a transmissão?
De acordo com o engenheiro Erwin Franieck, conselheiro da SAE Brasil, é possível usar o método em carros com transmissão automática para fazer o motor ligar. No entanto, a prática não é aconselhável por causa dos riscos envolvidos.
De acordo com o engenheiro Erwin Franieck, conselheiro da SAE Brasil, é possível usar o método em carros com transmissão automática para fazer o motor ligar. No entanto, a prática não é aconselhável por causa dos riscos envolvidos.
“O mais importante é nunca colocar o câmbio na posição “P” (park) com o veículo em movimento, o que travaria imediatamente as rodas, com alto potencial de causar danos”, alerta o especialista.
Franieck explica que, ao selecionar “P”, é acionado um pino que trava o eixo que conecta o câmbio ao motor, que pode quebrar, além de outros componentes como o sincronizador.
Para “pegar no tranco”, se não houver melhor alternativa, ele orienta a posicionar o seletor em “N” e colocar em “D” ou “2” quando o veículo atingir uma velocidade de aproximadamente 20 km/h. Com isso, o motor deve ligar.
‘Tranco’ em câmbio automático pode estragar válvulas
Imagem: Getty Images
Embora seja possível fazer o motor de carros automáticos ligar no “tranco”, Franieck recomenda evitar a prática. Além das ressalvas já mencionadas o engenheiro alerta que as coisas podem ficar complicadas se a correia dentada arrebentar.
Responsável por sincronizar a abertura e o fechamento das válvulas, essa correia pode se romper na hipótese de já estar desgastada – o risco aumenta se o “tranco” for muito forte.
“Quando a correia arrebenta, as válvulas ficam paradas enquanto os pistões ainda estão em movimento. Por isso, o risco de uma ou mais delas ser atingida pelo pistão e entortar é alto, ainda mais considerando a elevada taxa de compressão dos motores atuais”, pontua o especialista.
Segundo ele, a possibilidade de estragos cresce se o motor for a diesel, que tem taxa de compressão ainda maior.
Há o risco, ainda, de danificar outras peças, como pistões e bielas, o que obrigaria a fazer uma retífica do motor.
Esses alertas valem tanto para carros manuais quanto para automáticos.
Portanto, em caso de bateria descarregada, a recomendação é recorrer à “chupeta”, que é conectá-la a outra, já carrregada, ou recorrer a um recarregador específico.
Caso a bateria esteja no fim da vida útil e não retenha mais carga, chegou a hora de substituir o componente.
Dicas extras no vídeo:
Fonte: UOL
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