Dirigir com o pé no pedal da embreagem pode, sim, prejudicar o seu carro, apesar de parecer ser mais um daqueles mitos sobre a manutenção automotiva. A prática errada abrevia a vida útil das peças de embreagem. Pode deixá-lo na rua sem conseguir engatar as marchas ou arrancar o carro e, como consequência, com um grande prejuízo no bolso.
De acordo com o supervisor técnico de Automotiva do Senai do Rio de Janeiro, Edilson Caldas, conduzir o veículo com o pé na embreagem pode deixar o carro sem ela, de uma hora para a outra. “Quando você fica com o pé no pedal, pressiona a embreagem, afasta o platô do disco, e promove o lixamento dele”, explica Caldas. Ao gerar esse desgaste prematuro do disco, o motorista irá causar o superaquecimento do sistema de embreagem, o que a médio ou curto prazo acarreta na quebra dele.
Se o motorista anda sempre pisando no pedal esquerdo, essa quebra da embreagem pode acontecer em pouquíssimo tempo, em torno de 5 mil a 10 mil quilômetros rodados, o que é muito inferior à vida útil regular da peça.
“Hoje uma embreagem dura de 70 mil a 80 mil quilômetros tranquilamente. Em alguns casos, até mais”, salienta. Em geral, o condutor notará a perda da embreagem com o carro parado. “O usuário pode não sentir nada enquanto está dirigindo. Mas quando o motorista tentar arrancar com o veículo parado, não conseguirá usar a embreagem”.
Um dos indícios de desgaste é o pedal pesado e dificuldade para engatar as marchas. Os riscos de acidentes por perda da embreagem existem, mas são bem baixos, justamente por isso ocorrer com o automóvel parado.
Quando se perde a embreagem do carro, a solução é trocar toda ela. Não tente andar mais com o carro. O indicado é chamar um guincho e levar a uma oficina. As montadoras recomendam substituir o kit formado por platô, disco e rolamento, não trocar somente uma peça separadamente.
“O desgaste de uma peça gera o desgaste das outras peças do sistema”, explica Caldas.
Fonte: AW Proteção