Os dias de chuva, comuns no verão, têm causado estrago em todo o Brasil. Como resultado, houve pelo menos 25 mortes no sul da Bahia. Além disso, enchentes e alagamentos atingiram cidades do Litoral Norte de São Paulo, como Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba. Com isso, aumentam também os números de acidentes envolvendo veículos tanto em vias urbanas quanto em estradas. Para reduzir os riscos, o motorista deve mudar a forma de dirigir.
Entre as dificuldades para quem está ao volante, um dos principais problemas é a redução da visibilidade. Bem como o veículo precisa de mais espaço para frear. Mudar de faixa só em caso de necessidade e de forma ainda mais bem calculada. E, em caso de dúvida, é melhor evitar. Da mesma forma, o motorista não deve enfrentar áreas alagadas. E, se perceber que a água está subindo muito rapidamente, o melhor é buscar locais altos. Em último caso, deve-se abandonar o veículo. Afinal, é melhor não colocar em risco as vidas a bordo. Para ajudar você a dirigir em dias chuvosos, listamos dicas simples e valiosas. Confira:
Em casa dá para trocar as palhetas
Primeira dica: mantenha sempre os limpadores de para-brisa limpos e em bom estado. Afinal, muita gente só se lembra das palhetas quando começa a chover. Não há um prazo determinado para a troca. Porém, em carros que ficam sob sol intenso a borracha vai se deteriorar mais rapidamente. Poeira e sujeira acumuladas no para-brisa e espia traseiro também danificam essas peças. Os tanquinhos do líquido dos limpadores devem ser completados se estiverem abaixo da marca “mínimo”. Evite acrescentar detergente de cozinha à solução. Se for o caso, coloque apenas água limpa.
Seja como for, o próprio motorista pode checar se as palhetas estão em dia. Além disso, a substituição é uma tarefa simples e pode ser feita em casa. Para isso, basta seguir as orientações impressas na embalagem do produto. Esses itens são encontrados facilmente em autopeças. Além de lojas de conveniência de postos de combustível e supermercados. Por exemplo, para um Volkswagen Polo de 2018 o kit custa cerca de R$ 150.
Pneus são o item mais importante do carro
Um dos itens mais importantes do veículo, os pneus são, muitas vezes, negligenciados. É importante lembrar que essas peças são responsáveis pela ligação entre o carro, moto e caminhão, e o solo. Assim, se os pneus estiverem ruins o consumo de combustível será mais alto. Da mesma forma, as frenagens ficarão comprometidas. Sob chuva intensa, aumenta, e muito, o risco de perda de controle. Portanto, antes de pegar a estrada o motorista deve checar o estado dos pneus.
Bem como fazer a calibragem de acordo com as recomendações da fabricante do veículo e da carga transportada. Essas informações costumam estar gravadas na manual do proprietário. Bem como na parte interna dos batentes das portas. Em caso de dúvida, vale conferir o site da montadora ou da fabricante dos pneus.
Aliás, para saber se o pneu não está careca, basta checar o TWI. Trata-se de uma espécie de calombo dentro dos sulcos, que tem 1,6 milímetro de altura. Assim, quando a banda de rodagem se desgastar a ponto de ficar alinhada com essa marca, está na hora de substituir as peças. Outra dica importante é fazer o alinhamento e o balanceamento a cada 10 mil km. Ou quando os pneus forem trocados. Ou ainda no caso do veículo cair em um buraco mais profundo ou de os pneus sofrerem forte impactos. Por exemplo, contra pedras ou guias da calçada.
Na hora de encarar a chuva
Aliás, pneus em dia evitam o risco de aquaplanagem. Isso ocorre quando uma lâmina de água se forma sobre o asfalto, fazendo com que os pneus percam o contato com o piso. Se isso acontecer, o motorista não deve pisar no freio. Primeiramente, é preciso manter a calma. Bem como segurar o volante com firmeza, tirar o pé do acelerador e esperar até que os pneus voltem a ter contato com o solo. Se os freios forem acionados enquanto o veículo estiver sobre a água, há risco de perda de controle depois de passar pela poça de água.
Outro erro comum sob chuva intensa é ligar o pisca alerta. Essa sinalização só deve ser acionada quando o veículo estiver parado. Por exemplo, no acostamento. Piscas ligados com o carro em movimento podem confundir os motoristas que vêm atrás. Da mesma forma, os faróis de neblina só devem ser ligados se houver serração. Já os faróis altos não devem ser acionados se houver carros à frente ou vindo no sentido contrário.
Nos dois casos, o motorista estará cometendo uma infração média. Assim, se for flagrado fica sujeito à multa de R$ 130,16. Bem como a receber quatro pontos no prontuário da CNH. Se surgir um temporal na estrada, o ideal é reduzir a velocidade de forma suave e gradual. E sinalizar as manobras, como mudanças de faixa, com bastante antecedência.
Evite áreas alagadas
Por fim, evite a todo custo passar por áreas alagadas. Nem sempre é possível saber a profundidade da enchente. Além disso, é grande o risco de haver buracos, pedras ou outros obstáculos submersos. Porém, se isso não for possível, certifique-se de que a água não ultrapasse a linha equivalente à metade da altura da roda.
Feito isso, mantenha o câmbio em primeira marcha e o giro do motor bem alto. A aceleração deve ser constante. Não mude de marcha durante a travessia e siga para um ponto mais alto urgentemente. Se fizer a troca de marcha, é possível que entre água pelo escapamento, o que pode causar o chamado calço hidráulico. Caso o câmbio seja automático, mantenha a alavanca na posição 1 ou L. `Para modelos que têm apenas a opção D, deve-se alterná-la manualmente com a posição N, de modo a manter a rotação do motor acima das 2 mil rpm.
Nunca circule em alagados atrás de caminhões e ônibus. A passagem de veículos grandes tende a formar ondas, que podem encobrir carros menores. Se a água for aspirada pelo motor, o dano é certo.
Portanto, se o motor apagar no meio da enchente, não entre em pânico. E não tente dar a partida novamente. Certifique-se de que não há correnteza e abandone o carro assim que possível. Se houver enxurrada, ligue imediatamente para o serviço de emergência. O telefone dos bombeiros é 193. O telefone da Polícia Militar é o 190.
Fonte: Estadão